sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Movimento Literário Barroco: Texto 3 - Sermão de Santo Antônio aos Peixes de Padre Antônio Vieira

*O Sermão:

Vos diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos  nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? (...) Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes? Nunca pior auditório. Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam. Uma só cousa pudera desconsolar o Pregador, que é serem gente os peixes que se não há-de converter. Mas esta dor é tão ordinária, que já pelo costume quase se não sente (...) Suposto isto, para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios. (...)

Fonte: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/s/sermao_de_santo_antonio_aos_peixes [Fragmentado] - Acesso em 30 de Setembro de 2016

 
*A Análise:
 
 
Um dos sermões de Padre Antônio Vieira é o Sermão de Santo Antônio que foi criado no ano de 1654. Essa obra é considerada uma alegoria. Nesse sermão são encontradas muitas figuras de linguagem. Ele também critica a prepotência dos grandes, que, como peixes, vivem do sacrifício de muitos pequenos, os quais "engolem" e "devoram". O alvo são os colonos do Maranhão, que no Brasil são grandes, mas em Portugal "acham outros maiores que os comam, também a eles".

Aluno: João Victor Menegatti - Turma C 

 

sábado, 24 de setembro de 2016

Movimento Literário Barroco: Texto 2 - Efeitos Contrários do Amor de Gregório de Matos Guerra

*A Poesia:

Ó que cansado trago o sofrimento
Ó que injusta pensão da humana vida,
Que dando-me o tormento sem medida,
Me encurta o desafogo de um contento!

Nasceu para oficina do tormento
Minha alma, a seus desgostos tão unida,
Que por manter-se em posse de afligida
Me concede os pesares de alimento.

Em mim não são as lágrimas bastantes
Contra incêndios, que ardentes me maltratam,
Nem estes contra aqueles são possantes:

Contrários contra mim em paz se tratam,
E estão em ódio meu tão conspirantes,
Que só por me matarem não se matam.


Fonte: http://www.academia.org.br/academicos/gregorio-de-matos/textos-escolhidos [Fragmentado] - Acesso em 24 de Setembro de 2016

*A Análise:

Gregório de Matos Guerra, um poeta que escreveu grandes obras compreendidas por: poesia lírica, sacra, satírica e erótica. Na poesia "Efeitos Contrários do Amor", podemos notar claramente um tipo de poesia lírica. Nesta mesma poesia é interessante perceber que o próprio título resume a poesia em si, no qual se fala dos efeitos de se amar alguém, efeitos contrários do realmente esperado. "Ó que cansado trago o sofrimento" - Já no início da poesia podemos perceber o grande sofrimento do eu-lírico, implicitamente mostra-se apaixonado por alguém ou estava recordando do seu possível passado triste em relação da sua paixão. Em nenhum momento a palavra amor (Palavra amor com sua essência real do esperado) aparece, deixando ainda mais claro o quão crítico está a situação do mesmo. Só encontramos desgraça, desamor e dor na composição da poesia. Importantíssimo destacar a linguagem predominante, especialmente no início deste movimento literário barroco, um movimento muito importante para o contexto da literatura. Lembrando que Gregório de Matos vivia em um período da proibição da liberdade de expressão principalmente por meios comunicativos e jornalísticos, o que dificultara mais ainda mais pela suas obras que escrevia estando sujeito a punições da época por desacato. Retomando a análise sobre a poesia, lendo e observando a poesia em si, é notável que o eu-lírico sofre por um amor não correspondido, explicando assim o porque de tanto sofrimento, dor e seu desamor, obviamente tudo em consequência desta não correspondência. Interessante como se destaca valores históricos, sociais e culturais em virtude deste amor desenfreado dos homens pelas suas paixões, paixões estas geralmente não correspondidas, e como resultado final, podemos relembrar o próprio título desta mesma poesia, "Efeitos Contrários do Amor"- de tanto amar e não ter a devida correspondência, o eu-lírico (apaixonado) acaba descobrindo um outro lado desse amor, um lado mais obscuro, dolorido e contrário do que realmente o mesmo achara do que era o amor verdadeiro.

Aluno: Jhonata Schelck da Silva Souza - Turma C

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Movimento Literário Barroco: Texto 1 - Sermão da Sexágésima (1655) de Padre Antônio Vieira

*O Sermão:

Ecce exiit qui seminat, seminare. Diz Cristo que "saiu o pregador evangélico a semear" a palavra divina. Bem parece este texto dos livros de Deus ão só faz menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de contar os passos. (...) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura e hão-lhes de contar os passos. Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais paço; os de lá, com mais passos: Exiit seminare. (...) Ora, suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles devemos entender a falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus? (...)

Fonte: http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco06.php [Fragmentado] - Acesso em 22 de Setembro de 2016

*A Análise:

Padre Antônio Vieira é responsável pelo desenvolvimento da prosa no período do barroco , e também muitíssimo conhecido por seus sermões que causaram grandes polêmicas em sua época . Neste sermões ele se importava em criticar diversos "problemas" em seu tempo , como a falta de compromisso dos pregadores em seu dever de catequizar e evangelizar . E também nestes defendiam os índios e sua evangelização . Um dos principais exemplos dos tantos sermões feitos por ele é o "sermão da sexagésima " de 1665 . Este é dividido em dez partes e trata da arte de pregar . Neste trecho do sermão podemos perceber a forte opinião do padre , ele se posiciona mostrando a importância de semear a palavra de Deus , e mais importante ainda é a maneira em que o pregador passa a palavra . Pois ele diz que se a palavra não gerar resultado a culpa é única e exclusiva do encarregado . O padre era muito preocupado em deixar bem claro o que queria passar , era direto em seus sermões e privilegiava a retórica.


Aluno: Mateus Silva Mota - Turma C

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Movimento Literário Barroco: A biografia e as obras dos principais Autores do Período.


*Biografia do Autor Gregório de Matos Guerra:




Gregório de Matos Guerra nasceu na então capital do Brasil, Salvador, BA, em 20 de dezembro de 1636, numa época de grande efervescência social, e faleceu no Recife, PE, pelas mais recentes pesquisas, em 1695, embora a data tradicionalmente aceita fosse a de 1696.  Como poeta de inesgotável fonte satírica não poupava ao governo, à falsa nobreza da terra e nem mesmo ao clero. Não lhe escaparam os padres corruptos, os reinóis e degredados, os mulatos e emboabas, os “caramurus”, os arrivistas e novos-ricos, toda uma burguesia improvisada e inautêntica, exploradora da colônia. Perigoso e mordaz, apelidaram-no de “O Boca do Inferno”. Foi o primeiro poeta a cantar o elemento brasileiro, o tipo local, produto do meio geográfico e social. Influenciado pelos mestres espanhóis da Época de Ouro, Góngora, Gracián, Calderón e sobretudo Quevedo, sua poesia é a maior expressão do Barroco literário brasileiro. Sua obra compreende: poesia lírica, sacra, satírica e erótica. 




*Algumas de suas Obras:

.A OUTRA FEIRA, QUE SATIRIZANDO A DELGADA FISIONOMIA DO POETA LHE CHAMOU PICA-FLOR;
.POR CONSOANTES QUE ME DERAM FORÇADOS;
.À DESPEDIDA DO MAU GOVERNO QUE FEZ O GOVERNADOR DA BAHIA.


*Biografia do Autor Padre Antônio Vieira:

Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e morreu na Bahia, em 1697. Com sete anos de idade, veio para o Brasil e entrou para a Companhia de Jesus. Por defender posições favoráveis aos índios e aos judeus, foi condenado à prisão pela Inquisição, onde ficou por dois anos. Responsável pelo desenvolvimento da prosa no período do barroco, Padre Antônio Vieira é conhecido por seus sermões polêmicos em que critica, entre outras coisas, o despotismo dos colonos portugueses, a influencia negativa que o Protestantismo exerceria na colônia, os pregadores que não cumpriam com seu ofício de catequizar e evangelizar (seus adversários católicos) e a própria Inquisição. Além disso, defendia os índios e sua evangelização, condenando os horrores vivenciados por eles nas mãos de colonos e os cristãos-novos (judeus convertidos ao Catolicismo) que aqui se instalaram. Famoso por seus sermões, padre Antônio Vieira também se dedicou a escrever cartas e profecias.

*Algumas de suas Obras: 


.Sermão da Sexágésima (1655);

.Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda (1640);
.Sermão de Santo Antônio (1654).

Fontes:

*http://www.academia.org.br/academicos/gregorio-de-matos [Fragmentado] - Acesso em 20 de Setembro de 2016

*http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco06.php [Fragmentado] - Acesso em 20 de Setembro de 2016

Aluno: Jhonata Schelck da Silva Souza - Turma C