*A Poesia:
Tú não verás, Marília, Cem cativos
tirarem o cascalho e a rica terra,
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da mina da serra.
Não verás separar ao hábil negro
do pesadelo esmeril a grossa areia,
e já brilharem os granetes de oiro
no fundo da bateia.
Não verás derrubar os virgens matos,
queimar as capueiras inda novas,
servir de adubo á terra a fértil cinza,
lançar os grãos nas covas.
Não verás enrolar negros pacotes
das sêcas folhas do cheiroso fumo;
nem espremer entre as dentadas rodas
da doce cana o sumo.
Disponível em: http://gonzaga-tomas.blogspot.com.br/2012/02/trecho-do-poema-marilia-de-dirceu.html [Fragmentado]
*A Análise:
O poema Marília de Dirce remete ao primeiro momento do Arcadismo , o poético . Este poema foi inspirado em seu romance com Maria Dorotéia, expressão de um desejo por uma vida simples, em contato com a natureza. Pode ser dividido em duas partes : a primeira mostra sobre a fase romântica, a felicidade, o desejo de ter uma família e a segunda, traz uma reflexão sobre a justiça dos homens, já que o autor se encontrava exilado enquanto escrevia, e o “eu-lírico” revela no amor por Marília sua consolação.
O Arcadismo, também conhecido como Neoclassicismo, surgiu no continente europeu no século XVIII, durante uma época marcada por revoluções como a Francesa ,Industrial, a independência do Estados Unidos ,e as idéias iluministas. Ao contrário do Barroco que mostrava mais as cidade, esse período valoriza a vida no campo e crítica a vida nos centros urbanos. Observa-se ao longo de todos o poema, além do amor expressado pelo o “eu-lírico” , marcas do bucolismo e pastoralismo.
Aluna: Tayná Couto - Turma C
Neste Blog você poderá se aprofundar com as principais obras dos autores dos movimentos literários Barroco e Arcadismo. Você encontrará um material completo, com análises e debates relacionados com ambos os movimentos da literatura. Visando enriquecer o conteúdo, também estará incluído questões do Enem, relacionadas com estes movimentos literários e além de um rico material audiovisual.
domingo, 30 de outubro de 2016
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Movimento Literário Arcadismo: Texto 1 - Temei, Penhas... de Cláudio Manoel da Costa
*A Poesia:
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;
Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.
Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/cmc.html [Fragmentado]
*A Análise:
Neste poema, Claudio Manuel da Costa faz inúmeras referencias ao "patrio rio" (Ribeirão do Carmo) e a sua cidade (Mariana), com seus "penhascos", "rochas ingrimes" etc. Ele foi o primeiro poeta do neoclassicismo brasileiro de sólida cultura humanística. O autor foi pego de surpresa pelo amor por "Uma alma terna, um peito sem dureza!" que devido sua delicadeza derrubou suas muralhas vencendo a guerra do amor, pois quanto mais se resiste ao amor mais ele o conquista.
Aluno: João Victor Menegatti - Turma C
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;
Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.
Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/cmc.html [Fragmentado]
*A Análise:
Neste poema, Claudio Manuel da Costa faz inúmeras referencias ao "patrio rio" (Ribeirão do Carmo) e a sua cidade (Mariana), com seus "penhascos", "rochas ingrimes" etc. Ele foi o primeiro poeta do neoclassicismo brasileiro de sólida cultura humanística. O autor foi pego de surpresa pelo amor por "Uma alma terna, um peito sem dureza!" que devido sua delicadeza derrubou suas muralhas vencendo a guerra do amor, pois quanto mais se resiste ao amor mais ele o conquista.
Aluno: João Victor Menegatti - Turma C
Movimento Literário Arcadismo: A biografia e as obras dos principais Autores do Período.
*Biografia do Autor Cláudio Manoel da Costa:
Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) foi um poeta do Brasil colônia. Um dos maiores poetas do arcadismo, escola literária trazida da Europa. Foi aluno da Universidade de Coimbra. Sua carreira literária teve início com a publicação do livro "Obras Poéticas". Tornou-se conhecido também por sua participação na Inconfidência Mineira. É Patrono da cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Letras. Nasceu na zona rural de Ribeirão do Carmo, hoje Mariana, em Minas Gerais. Filho de João Gonçalves da Costa, ligado à mineração, e Teresa Ribeira de Alvarenga, natural de Minas Gerais. De família rica, estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro e em 1753 formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Em Portugal teve contato com as renovações da cultura empreendida pelo Marquês de Pombal e Verney. Costa considerado o primeiro poeta do movimento árcade brasileiro, embora ainda apresente características barrocas em toda a sua obra, principalmente no que diz respeito ao estilos cultista e conceptista utilizados, compondo poemas perfeitos na forma e na linguagem. Por isso, costuma-se dizer que Claudio Manoel da Costa é um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo. Além disso, seus poemas têm influência dos versos camonianos. O início do movimento árcade na literatura brasileira tem como marco a publicação de sua coletânea de poemas intitulada Obras (1768). Diferentemente da produção poética anterior, este poeta prioriza o retrato da natureza como um local de refúgio dos problemas da vida urbana, onde o poeta/pastor pode desfrutar da vida rural. Seus temas giram em torno de reflexões morais e das contradições da vida, além de ter escrito um poema épico, Vila Rica, no qual exalta o bandeirantes, exploradores do interior do país além, é claro, da fundação da cidade de mesmo nome.
*Biografia do Autor Tomás Antônio Gonzaga:
Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) foi um dos principais escritores do arcadismo. Por seu envolvimento na Inconfidência Mineira, foi preso e deportado para a África. Patrono da cadeira no 37 da Academia Brasileira de Letras, nasceu na cidade do Porto, em Portugal. Seu pai era um magistrado brasileiro. Retornou ao Brasil e tornou-se ouvidor e juiz. Então, mudou-se para Vila Rica em 1782, onde se apaixonou por Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, musa inspiradora dos seus poemas líricos, que tornaram sua obra mais reconhecida: “Marília de Dirceu”. As "liras" refletem a trajetória do poeta. Antes da prisão, apresentam a ventura do amor e a satisfação com o momento presente. Depois, trazem o infortúnio, a justiça e o destino. As "Cartas Chilenas" correspondem a uma coleção de doze cartas, poemas satíricos que circularam em Vila Rica poucos antes da Inconfidência Mineira. Por muito tempo, discutiu-se a autoria das "Cartas Chilenas", mas após estudos comparativos da obra com possíveis autores, concluiu-se que o verdadeiro autor é Gonzaga.
*Biografia do Autor José Basílio da Gama:
Disponível em:
[Ambos com Fragmentação de Conteúdos]
Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) foi um poeta do Brasil colônia. Um dos maiores poetas do arcadismo, escola literária trazida da Europa. Foi aluno da Universidade de Coimbra. Sua carreira literária teve início com a publicação do livro "Obras Poéticas". Tornou-se conhecido também por sua participação na Inconfidência Mineira. É Patrono da cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Letras. Nasceu na zona rural de Ribeirão do Carmo, hoje Mariana, em Minas Gerais. Filho de João Gonçalves da Costa, ligado à mineração, e Teresa Ribeira de Alvarenga, natural de Minas Gerais. De família rica, estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro e em 1753 formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Em Portugal teve contato com as renovações da cultura empreendida pelo Marquês de Pombal e Verney. Costa considerado o primeiro poeta do movimento árcade brasileiro, embora ainda apresente características barrocas em toda a sua obra, principalmente no que diz respeito ao estilos cultista e conceptista utilizados, compondo poemas perfeitos na forma e na linguagem. Por isso, costuma-se dizer que Claudio Manoel da Costa é um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo. Além disso, seus poemas têm influência dos versos camonianos. O início do movimento árcade na literatura brasileira tem como marco a publicação de sua coletânea de poemas intitulada Obras (1768). Diferentemente da produção poética anterior, este poeta prioriza o retrato da natureza como um local de refúgio dos problemas da vida urbana, onde o poeta/pastor pode desfrutar da vida rural. Seus temas giram em torno de reflexões morais e das contradições da vida, além de ter escrito um poema épico, Vila Rica, no qual exalta o bandeirantes, exploradores do interior do país além, é claro, da fundação da cidade de mesmo nome.
*Biografia do Autor Tomás Antônio Gonzaga:
Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) foi um dos principais escritores do arcadismo. Por seu envolvimento na Inconfidência Mineira, foi preso e deportado para a África. Patrono da cadeira no 37 da Academia Brasileira de Letras, nasceu na cidade do Porto, em Portugal. Seu pai era um magistrado brasileiro. Retornou ao Brasil e tornou-se ouvidor e juiz. Então, mudou-se para Vila Rica em 1782, onde se apaixonou por Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, musa inspiradora dos seus poemas líricos, que tornaram sua obra mais reconhecida: “Marília de Dirceu”. As "liras" refletem a trajetória do poeta. Antes da prisão, apresentam a ventura do amor e a satisfação com o momento presente. Depois, trazem o infortúnio, a justiça e o destino. As "Cartas Chilenas" correspondem a uma coleção de doze cartas, poemas satíricos que circularam em Vila Rica poucos antes da Inconfidência Mineira. Por muito tempo, discutiu-se a autoria das "Cartas Chilenas", mas após estudos comparativos da obra com possíveis autores, concluiu-se que o verdadeiro autor é Gonzaga.
*Biografia do Autor José Basílio da Gama:
José Basílio da Gama nasceu em 1741 na cidade de São José do Rio das Mortes, atual Tiradentes, em Minas Gerais. Falece em Lisboa no dia 31 de julho de 1795.
José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-Preta, nas proximidades de Mariana em Minas Gerais. Ingressa na Ordem de Santo Agostinho, em Portugal, e lá permanece até sua morte em 1784.
Foi para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio dos Jesuítas e era noviço quando os jesuítas foram expulsos do país. Exilou-se na Itália e filiou-se na Arcádia Romana, sob o pseudônimo de Termindo Sipílio. É preso por jesuitismo, em Lisboa, e enviado para Angola, livrando-se do exílio ao escrever um poema para a filha do Marquês de Pombal.
Em 1769 publica o poema épico O Uraguai, criticando os jesuítas e defendendo a política do Marquês de Pombal que o transforma em oficial da Secretaria do Reino. A crítica recaía no fato de que os jesuítas não defendiam os índios, apenas pretendiam falsamente libertá-los e usar a mão de obra indígena para proveito próprio. Em 1750, com o Tratado de Madrid, a missão dos Sete Povos passaria aos portugueses enquanto que Colônia de Sacramento, no Uruguai, passaria para os espanhóis. O poema narra a luta dos portugueses contra os índios das Missões (instigados pelos jesuítas espanhóis) que se recusam a sair de suas terras, dando início aos conflitos conhecidos como as Guerra Guaranítica (1754-56). A crítica recai, principalmente, sobre o personagem Balda, padre jesuíta que encarna o mal. Corrupto e desleal, seduz uma índia e tem um filho com ela, Baldeta. Na aldeia moram também o chefe da tribo Cacambo e sua mulher Lindóia, casal que representa a força do guerreiro e a beleza e delicadeza da índia. Balda quer forçar Lindóia a se casar com Baldeta, enviando Cacambo para as batalhas na esperança de que o índio morra para uni-la a seu filho.
No Canto II, Basílio da Gama relata o encontro entre os caciques Sepé Tiaraju e Cacambo com o comandante português Gomes Freire de Andrada, ocorrido às margens do rio Uruguai (chamado então de "Uraguai"). O comandante tenta estabelecer um acordo com os índios, sem sucesso, dando início aos combates. Seus poemas possui características como: rompimento da estrutura poética camoniana; inovação no gênero epico: versos decassílabos brancos, isto é, sem rima, sem divisão de estrofes e divididos em apenas cinco cantos; ao contrário da tradição épica, o poema conta um acontecimento recente na história do país; discursos permeados por ideias iluministas.
*Biografia do Autor Frei José de Santa Rita Durão:
Seu trabalho mais conhecido é o Caramuru (1781), cujo subtítulo, Poema épico do descobrimento da Bahia, remonta ao tempo em que os primeiros europeus chegaram ao Brasil e travaram contato com os nativos.
Caramuru é o nome dado ao português Diogo Álvares Correia que passa a viver entre os índios Tupinambás após sobreviver a um naufrágio no litoral baiano. Considerado um herói "cultural", que ensina as leis e as virtudes aos "bárbaros" que aqui viviam, ganha o respeito dos índios ao disparar uma arma de fogo. Os índios, assustados, equiparam-no a Tupã e passam a respeitá-lo como uma entidade eviada. Ele se encanta com Paraguaçu, a bela índia de pele branca. Já instalado na tribo, Diego percebe a possibilidade de difundir a fé cristã para os índios, doutrinando-os após ter encontrado uma gruta que se assemelharia a uma igreja.
Mais adiante, Diego ajuda a resgatar a tripulação de um barco espanhol que havia naufragado e vê a possibilidade de retornar à Europa através da nau francesa que viera resgatar aquela tripulação. Parte, com Paraguaçu, deixando para trás as belas índias que haviam se apaixonado por ele, incluindo Moema, a mais bela, que atira-se ao mar em direção ao navio na tentativa de alcançar o seu amado. Ao chegar na Europa, Paraguaçu é batizada de Catarina, ambos são festejados e recebem as honras da realeza lusitana. O poema segue a estrututura dos versos camonianos (de Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, oitava rima camoniana. Segue também com a divisão tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.
Disponível em:
[Ambos com Fragmentação de Conteúdos]
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Movimento Literário Barroco: Questões do Enem sobre o Barroco com Gabrito Comentado
Questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) sobre o Movimento Literário Barroco:
ENEM 2015 Q 110 Casa dos Contos
Casa dos Contos
& em cada conto te cont
o & em cada enquanto me enca
nto & em cada arco te a
barco & em cada porta m
e perco & em cada lanço t
e alcanço & em cada escad
a me escapo & em cada pe
dra te prendo & em cada g
rade me escravo & em ca
da sótão te sonho & em cada
esconso me affonso & em
cada claúdio te canto & e
m cada fosso me enforco &
ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta.
São Paulo: Summus, 1978.
O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que
a) a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da realidade social.
b) a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira.
c) a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita.
d) o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários.
e) o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes.
solução
O eu lírico se refere ao final do Período Colonial brasileiro, séc. XVIII. Dentro de um o contexto político-literário, em que havia resistência entre os escritores a Portugal, um exemplo disso foi Cláudio Manuel da Costa.
A forma pouco convencional, com símbolo comercial, e a quebra de palavras são alguns dos elementos poéticos da contemporaneidade.
ENEM 2014 Questão 111
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Àquele povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela Alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
o Faraó do povo brasileiro.
Deus, que veio estirpar desta cidade
o Faraó do povo brasileiro.
(DAMASCENO, D. Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: 2006)
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
(A) visão cética sobre as relações sociais.
(B) preocupação com a identidade brasileira.
(C) crítica velada à forma de governo vigente.
(D) reflexão sobre dogmas do Cristianismo.
(E) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
Gabarito oficial: C
Competência de área 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
H15 – Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
Comentário:
O texto de Gregório de Matos apresenta uma intertextualidade clara com as Sagradas Escrituras. Para resolver a questão, o candidato deve recordar as características da poética daquele escritor. O poeta barroco utilizava sua literatura como meio de criticar a sociedade de sua época, ainda que o fizesse por meio de metáforas, como ocorre no texto acima.
ENEM 2012 Questão 131
![]() |
BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989. (Foto: Reprodução/Enem)
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela:
A) liberdade, representando a vida de mineiros à procura da salvação.
C) simplicidade, demonstrando compromisso com a contemplação do divino.
D) personalidade, modelando uma imagem sacra com feições populares.
E)singularidade, esculpindo personalidades do reinado nas obras divinas.
resolução
As esculturas barrocas no Brasil têm forte influência do rococó europeu. As obras sacras de Aleijadinho distinguem-se das demais por apresentar características particulares das esculturas inspiradas nas pessoas do povo. Letra D.
Disponível em:
http://www.resumov.com.br/provas/enem-2015/q110/
http://conversadeportugues.com.br/2015/09/enem-2014-barroco/ http://educacao.globo.com/provas/enem-2012/questoes/131.html
Acesso em: 21 de Outubro de 2016
Alunos: Jhonata Schelck
Jean Carlos
Matheus Ribeiro
Turma: C
|
domingo, 16 de outubro de 2016
Movimento Literário Barroco: Literatura, Arte, Pinturas, Esculturas, Arquitetura e História Barroca
O movimento Barroco teve seu início na Itália, ao final do
século XVI e início do século XVIII. A partir daí, se difundiu pelos países da Europa e chegou até as colônias, como, por exemplo, o Brasil. A palavra 'barroco', de origem portuguesa, significa uma pedra preciosa imperfeita, com os seus formatos irregulares. O Barroco é uma manifestação literária.
*A seguir, veremos dois vídeos que falam um pouco do surgimento do Movimento Barroco e explicando resumidamente o contexto político, social e econômico em que surgiu:
*Literatura:
*O vídeo a seguir, é um hit musical para relembrar as principais características dos principais autores do Movimento Literário Barroco: Padre Antônio Vieira e Gregório de Matos Guerra.
*Arte e Arquitetura:
A arte barroca surgiu em meados do século XVIII, na Itália. A igreja católica adotou o formato artístico em suas construções e propagou a nova onda cultural por vários países do continente europeu. O movimento foi criado após o desenvolvimento do Renascimento e ambos seguiam uma ideologia semelhante, em que valorizavam elementos da antiguidade.
O mundo passava por diversas descobertas e reformas sociais e políticas. A religião católica estava perdendo muitos membros para os seguidores da ideologia de Martin Lutero, com o protestantismo. Estabelecia-se, então, a Monarquia: o país era comandado por um rei ou imperador.
As obras do movimento Barroco apresentam características fortes e vivas, o que mexe com o emocional do ser humano. Ao se deparar com as construções e/ou pinturas da arte barroca, é possível observar os detalhes e a proximidade que elas têm com os seres humanos. O sentimento nas obras, a beleza, eram características bem fortes.
O Barroco chegou ao continente americano, juntamente com os colonizadores europeus. Muitas das construções dos países da América são da arte barroca. O Brasil, por exemplo, possui algumas cidades onde ainda existem essas edificações, como é o caso de Ouro Preto, em Minas Gerais. No estado da Bahia, encontram-se enormes igrejas, dos séculos passados e a influência da arte barroca se faz presente.
*Veja algumas obras arquitetônicas do Barroco Mineiro, Carioca e Baiano:
![]() |
São Francisco e Nossa Senhora do Carmo, Mariana |
![]() |
|
![]() |
Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas
|
*Vídeo mostrando as obras de Aleijadinho e Ataíde, mestres da Arte Barroca:
*Esculturas e Pinturas Barrocas:
.Esculturas do Artista Aleijadinho
.Esculturas do Artista Aleijadinho
![]() |
Aleijadinho: Cristo no horto das Oliveiras, Congonhas |
![]() |
Altar-mor da Igreja de São Francisco, São João del-Rei |
![]() |
Manoel da Costa Ataíde: Nossa Senhora rodeada de anjos músicos. Forro da Igreja de São Francisco, Ouro Preto |
![]() |
|
**Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco_no_Brasil [Fragmentado]https://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco_mineiro [Fragmentado]
http://arte-barroca.info/ [Fragmentado]
Acesso: 17 de Outubro de 2016
Aluno: Jhonata Schelck da Silva Souza - Turma C
sábado, 15 de outubro de 2016
Movimento Literário Barroco: Texto 7 - Sermão de São Roque de Padre Antônio Vieira
*O Sermão:
(...)
Sendo, pois, o desejo de mandar no homem não só soberania da natureza no seu primeiro estado, como em Adão, mas reparo e alívio do segundo, como em Eva, e, nascendo o mesmo desejo, antes, sendo gerado conosco, como em Jacó e Esaú, por que não quer mandar S. Roque? O mesmo entendimento e alto juízo, com que não quis servir, o obrigava a que quisesse mandar, porque é primeiro princípio da política natural, como ensina Aristóteles, que aos mais bem entendidos pertence o mandar, como aos que menos entendem o servir. Logo, contra todos estes ditames da natureza e da razão parece que obrou S. Roque, em demitir de si o mando e governo dos súditos, de que o nascimento o fizera herdeiro, e o entendimento senhor. O não querer servir a homens, seja embora prudente resolução, pelos motivos que apontamos; mas o não querer mandar homens, e tais homens, que fundamentos podia ter bastantes, não digo já, que aprovem uma tão extraordinária ação, mas que racionalmente a não estranhem, e ainda condenem? Bem creio que não ocorrerão facilmente as razões à ambição e apetite cego com que se governa o mundo, por isso tão mal governado. Respondo, porém, e digo que, se S. Roque teve grandes razões para não servir a homens, as mesmas, e muito maiores, teve para não querer mandar homens. E por quê? Porque maior servidão é o mandá-los que o servi-los.
(...)
Fonte: http://clbarroca.webnode.com.br/padre-antonio-vieira/serm%C3%A3o%20de%20s%C3%A3o%20roque/ - Acesso em 15 de Outubro de 2016
*A Análise:
Padre Antônio Vieira é responsável pelo desenvolvimento da prosa no período barroco, e é muito conhecido por seus Sermões que causaram grandes polêmicas em sua época. O Sermão de São Roque é um discurso que Padre Antônio Vieira fez, que foi pregado em Salvaterra, em 1659. Padre Antônio Vieira desenvolveu um argumento original para mostrar que o Rei poderia utilizar os dinheiros dos comerciantes judeus, e frisou na festa de São Roque, na Capela Real, " Não houve no mundo dinheiro mais sacrílego do que aqueles trinta dinheiros porque Judas vendeu Cristo.". No texto Padre Antônio Vieira diz uma fala muito importante, que o ato de mandar e servir é natural, mas cabe aos mais conhecedores mandar, e os mais ignorantes servir.
Aluno: Matheus Ribeiro - Turma C
(...)
Sendo, pois, o desejo de mandar no homem não só soberania da natureza no seu primeiro estado, como em Adão, mas reparo e alívio do segundo, como em Eva, e, nascendo o mesmo desejo, antes, sendo gerado conosco, como em Jacó e Esaú, por que não quer mandar S. Roque? O mesmo entendimento e alto juízo, com que não quis servir, o obrigava a que quisesse mandar, porque é primeiro princípio da política natural, como ensina Aristóteles, que aos mais bem entendidos pertence o mandar, como aos que menos entendem o servir. Logo, contra todos estes ditames da natureza e da razão parece que obrou S. Roque, em demitir de si o mando e governo dos súditos, de que o nascimento o fizera herdeiro, e o entendimento senhor. O não querer servir a homens, seja embora prudente resolução, pelos motivos que apontamos; mas o não querer mandar homens, e tais homens, que fundamentos podia ter bastantes, não digo já, que aprovem uma tão extraordinária ação, mas que racionalmente a não estranhem, e ainda condenem? Bem creio que não ocorrerão facilmente as razões à ambição e apetite cego com que se governa o mundo, por isso tão mal governado. Respondo, porém, e digo que, se S. Roque teve grandes razões para não servir a homens, as mesmas, e muito maiores, teve para não querer mandar homens. E por quê? Porque maior servidão é o mandá-los que o servi-los.
(...)
Fonte: http://clbarroca.webnode.com.br/padre-antonio-vieira/serm%C3%A3o%20de%20s%C3%A3o%20roque/ - Acesso em 15 de Outubro de 2016
*A Análise:
Padre Antônio Vieira é responsável pelo desenvolvimento da prosa no período barroco, e é muito conhecido por seus Sermões que causaram grandes polêmicas em sua época. O Sermão de São Roque é um discurso que Padre Antônio Vieira fez, que foi pregado em Salvaterra, em 1659. Padre Antônio Vieira desenvolveu um argumento original para mostrar que o Rei poderia utilizar os dinheiros dos comerciantes judeus, e frisou na festa de São Roque, na Capela Real, " Não houve no mundo dinheiro mais sacrílego do que aqueles trinta dinheiros porque Judas vendeu Cristo.". No texto Padre Antônio Vieira diz uma fala muito importante, que o ato de mandar e servir é natural, mas cabe aos mais conhecedores mandar, e os mais ignorantes servir.
Aluno: Matheus Ribeiro - Turma C
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Movimento Literário Barroco: Texto 6 - À Cidade da Bahia de Gregório de Matos Guerra
*O Texto:
Triste Bahia! oh, quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado,
Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mim abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh, se quisera Deus que, de repente,
Um dia amanheceras tão sizuda
Que fora de algodão o teu capote!
Fonte: http://www.academia.org.br/academicos/gregorio-de-matos/textos-escolhidos [Fragmentado] - Acesso em 09 de Outubro de 2016
*A Análise:
Na poesia, A cidade da Bahia, o autor Gregório de Matos retrata a sociedade brasileira a partir de uma produção satírica. Começando pela cidade da Bahia. É a partir desse tipo de poesia que Gregório de Matos sai dos padrões linguísticos do barroco visto nas outras poesias, assim empregando palavrões ou expressões populares como "gírias". Uma importante informação e que nessa época a cidade da Bahia foi devastada por uma cólera, conhecida de ''peste", matando grande quantidade das pessoas. Na primeira estrofe da poesia o eu-lírico percebe uma transformação ocorridas no estado fazendo um discurso de lamentação, tristeza, angústia, etc. Já na segunda estrofe se vé o homem é sua terra natal como moeda de troca, exemplo" A ti trocou-te.
Aluno: Jean Carlos Félix - Turma C
Triste Bahia! oh, quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado,
Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mim abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh, se quisera Deus que, de repente,
Um dia amanheceras tão sizuda
Que fora de algodão o teu capote!
Fonte: http://www.academia.org.br/academicos/gregorio-de-matos/textos-escolhidos [Fragmentado] - Acesso em 09 de Outubro de 2016
*A Análise:
Na poesia, A cidade da Bahia, o autor Gregório de Matos retrata a sociedade brasileira a partir de uma produção satírica. Começando pela cidade da Bahia. É a partir desse tipo de poesia que Gregório de Matos sai dos padrões linguísticos do barroco visto nas outras poesias, assim empregando palavrões ou expressões populares como "gírias". Uma importante informação e que nessa época a cidade da Bahia foi devastada por uma cólera, conhecida de ''peste", matando grande quantidade das pessoas. Na primeira estrofe da poesia o eu-lírico percebe uma transformação ocorridas no estado fazendo um discurso de lamentação, tristeza, angústia, etc. Já na segunda estrofe se vé o homem é sua terra natal como moeda de troca, exemplo" A ti trocou-te.
Aluno: Jean Carlos Félix - Turma C
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Movimento Literário Barroco: Texto 5 - Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda (1640) de Padre Antônio Vieira
*O Sermão:
Se acaso for assim — o que vós não permitais — e está determinado em vosso secreto juízo, que entrem os hereges na Bahia, o que só vos represento humildemente, e muito deveras, é que, antes da execução da sentença, repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso coração enquanto é tempo, porque melhor será arrepender agora, que quando o mal passado não tenha remédio. Bem estais na intenção e alusão com que digo isto, e na razão, fundada em vós mesmo, que tenho para o dizer. Também antes do dilúvio estáveis vós mui colérico e irado contra os homens, e por mais que Noé orava em todos aqueles cem anos, nunca houve remédio para que se aplacasse vossa ira. Romperam-se enfim as cataratas do céu, cresceu o mar até os cumes dos montes, alagou-se o mundo todo: já estaria satisfeita vossa justiça, senão quando ao terceiro dia começaram a boiar os corpos mortos, e a surgir e aparecer em multidão infinita aquelas figuras pálidas, e então se representou sobre as ondas a mais triste e funesta tragédia que nunca viram os anjos, que homens que a vissem, não os havia.
Fonte: http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco06.php [Fragmentado] - Acesso em 05 de Outubro de 2016
*A Análise:
O sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda do padre Antônio Vieira assim como os outros texto do período da literatura barroca tem como marca o conceptismo, que seria caracterizado pelo logicismo e agudeza do pensamento, concisão, uso intensivo de conceitos e imagens de persuasão racional. Formalmente os sermões são divididos em três partes: Introito ou Exórdio: a apresentação, introdução do assunto. Desenvolvimento ou argumento: defesa de uma ideia com base na argumentação. Peroração: parte final, conclusão. Neste sermão observamos tanto interesses políticos quanto religiosos. Mostra o período do ciclo da cana-de-açúcar no Brasil, marcado pelas invasões holandesas e conflitos religiosos, já que a coroa portuguesas defendia o catolicismo e a Holanda o protestantismo .Neste sermão, o padre incita os seguidores a reagir contra as invasões Holandesas. Alegavam que a presença dos protestantes na colônia resultaria em uma série de depredações à colônia.
Aluna: Tayná Couto - Turma C
Se acaso for assim — o que vós não permitais — e está determinado em vosso secreto juízo, que entrem os hereges na Bahia, o que só vos represento humildemente, e muito deveras, é que, antes da execução da sentença, repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso coração enquanto é tempo, porque melhor será arrepender agora, que quando o mal passado não tenha remédio. Bem estais na intenção e alusão com que digo isto, e na razão, fundada em vós mesmo, que tenho para o dizer. Também antes do dilúvio estáveis vós mui colérico e irado contra os homens, e por mais que Noé orava em todos aqueles cem anos, nunca houve remédio para que se aplacasse vossa ira. Romperam-se enfim as cataratas do céu, cresceu o mar até os cumes dos montes, alagou-se o mundo todo: já estaria satisfeita vossa justiça, senão quando ao terceiro dia começaram a boiar os corpos mortos, e a surgir e aparecer em multidão infinita aquelas figuras pálidas, e então se representou sobre as ondas a mais triste e funesta tragédia que nunca viram os anjos, que homens que a vissem, não os havia.
Fonte: http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco06.php [Fragmentado] - Acesso em 05 de Outubro de 2016
*A Análise:
O sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda do padre Antônio Vieira assim como os outros texto do período da literatura barroca tem como marca o conceptismo, que seria caracterizado pelo logicismo e agudeza do pensamento, concisão, uso intensivo de conceitos e imagens de persuasão racional. Formalmente os sermões são divididos em três partes: Introito ou Exórdio: a apresentação, introdução do assunto. Desenvolvimento ou argumento: defesa de uma ideia com base na argumentação. Peroração: parte final, conclusão. Neste sermão observamos tanto interesses políticos quanto religiosos. Mostra o período do ciclo da cana-de-açúcar no Brasil, marcado pelas invasões holandesas e conflitos religiosos, já que a coroa portuguesas defendia o catolicismo e a Holanda o protestantismo .Neste sermão, o padre incita os seguidores a reagir contra as invasões Holandesas. Alegavam que a presença dos protestantes na colônia resultaria em uma série de depredações à colônia.
Aluna: Tayná Couto - Turma C
Assinar:
Postagens (Atom)