sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Movimento Literário Arcadismo: A biografia e as obras dos principais Autores do Período.

*Biografia do Autor Cláudio Manoel da Costa:


Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) foi um poeta do Brasil colônia. Um dos maiores poetas do arcadismo, escola literária trazida da Europa. Foi aluno da Universidade de Coimbra. Sua carreira literária teve início com a publicação do livro "Obras Poéticas". Tornou-se conhecido também por sua participação na Inconfidência Mineira. É Patrono da cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Letras. Nasceu na zona rural de Ribeirão do Carmo, hoje Mariana, em Minas Gerais. Filho de João Gonçalves da Costa, ligado à mineração, e Teresa Ribeira de Alvarenga, natural de Minas Gerais. De família rica, estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro e em 1753 formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Em Portugal teve contato com as renovações da cultura empreendida pelo Marquês de Pombal e Verney. Costa considerado o primeiro poeta do movimento árcade brasileiro, embora ainda apresente características barrocas em toda a sua obra, principalmente no que diz respeito ao estilos cultista e conceptista utilizados, compondo poemas perfeitos na forma e na linguagem. Por isso, costuma-se dizer que Claudio Manoel da Costa é um poeta de transição entre o barroco e o arcadismo. Além disso, seus poemas têm influência dos versos camonianos. O início do movimento árcade na literatura brasileira tem como marco a publicação de sua coletânea de poemas intitulada Obras (1768). Diferentemente da produção poética anterior, este poeta prioriza o retrato da natureza como um local de refúgio dos problemas da vida urbana, onde o poeta/pastor pode desfrutar da vida rural. Seus temas giram em torno de reflexões morais e das contradições da vida, além de ter escrito um poema épico, Vila Rica, no qual exalta o bandeirantes, exploradores do interior do país além, é claro, da fundação da cidade de mesmo nome.


*Biografia do Autor Tomás Antônio Gonzaga:



Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) foi um dos principais escritores do arcadismo. Por seu envolvimento na Inconfidência Mineira, foi preso e deportado para a África. Patrono da cadeira no 37 da Academia Brasileira de Letras, nasceu na cidade do Porto, em Portugal. Seu pai era um magistrado brasileiro. Retornou ao Brasil e tornou-se ouvidor e juiz. Então, mudou-se para Vila Rica em 1782, onde se apaixonou por Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, musa inspiradora dos seus poemas líricos, que tornaram sua obra mais reconhecida: “Marília de Dirceu”. As "liras" refletem a trajetória do poeta. Antes da prisão, apresentam a ventura do amor e a satisfação com o momento presente. Depois, trazem o infortúnio, a justiça e o destino. As "Cartas Chilenas" correspondem a uma coleção de doze cartas, poemas satíricos que circularam em Vila Rica poucos antes da Inconfidência Mineira. Por muito tempo, discutiu-se a autoria das "Cartas Chilenas", mas após estudos comparativos da obra com possíveis autores, concluiu-se que o verdadeiro autor é Gonzaga.


*Biografia do Autor José Basílio da Gama:



José Basílio da Gama nasceu em 1741 na cidade de São José do Rio das Mortes, atual Tiradentes, em Minas Gerais. Falece em Lisboa no dia 31 de julho de 1795.
Foi para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio dos Jesuítas e era noviço quando os jesuítas foram expulsos do país. Exilou-se na Itália e filiou-se na Arcádia Romana, sob o pseudônimo de Termindo Sipílio. É preso por jesuitismo, em Lisboa, e enviado para Angola, livrando-se do exílio ao escrever um poema para a filha do Marquês de Pombal.
Em 1769 publica o poema épico O Uraguai, criticando os jesuítas e defendendo a política do Marquês de Pombal que o transforma em oficial da Secretaria do Reino. A crítica recaía no fato de que os jesuítas não defendiam os índios, apenas pretendiam falsamente libertá-los e usar a mão de obra indígena para proveito próprio. Em 1750, com o Tratado de Madrid, a missão dos Sete Povos passaria aos portugueses enquanto que Colônia de Sacramento, no Uruguai, passaria para os espanhóis. O poema narra a luta dos portugueses contra os índios das Missões (instigados pelos jesuítas espanhóis) que se recusam a sair de suas terras, dando início aos conflitos conhecidos como as Guerra Guaranítica (1754-56). A crítica recai, principalmente, sobre o personagem Balda, padre jesuíta que encarna o mal. Corrupto e desleal, seduz uma índia e tem um filho com ela, Baldeta. Na aldeia moram também o chefe da tribo Cacambo e sua mulher Lindóia, casal que representa a força do guerreiro e a beleza e delicadeza da índia. Balda quer forçar Lindóia a se casar com Baldeta, enviando Cacambo para as batalhas na esperança de que o índio morra para uni-la a seu filho.
No Canto II, Basílio da Gama relata o encontro entre os caciques Sepé Tiaraju e Cacambo com o comandante português Gomes Freire de Andrada, ocorrido às margens do rio Uruguai (chamado então de "Uraguai"). O comandante tenta estabelecer um acordo com os índios, sem sucesso, dando início aos combates. Seus poemas possui características como: rompimento da estrutura poética camoniana; inovação no gênero epico: versos decassílabos brancos, isto é, sem rima, sem divisão de estrofes e divididos em apenas cinco cantos; ao contrário da tradição épica, o poema conta um acontecimento recente na história do país; discursos permeados por ideias iluministas.
 
 
*Biografia do Autor Frei José de Santa Rita Durão:
 
 
 
José de Santa Rita Durão nasceu em Cata-Preta, nas proximidades de Mariana em Minas Gerais. Ingressa na Ordem de Santo Agostinho, em Portugal, e lá permanece até sua morte em 1784.
Seu trabalho mais conhecido é o Caramuru (1781), cujo subtítulo, Poema épico do descobrimento da Bahia, remonta ao tempo em que os primeiros europeus chegaram ao Brasil e travaram contato com os nativos.
Caramuru é o nome dado ao português Diogo Álvares Correia que passa a viver entre os índios Tupinambás após sobreviver a um naufrágio no litoral baiano. Considerado um herói "cultural", que ensina as leis e as virtudes aos "bárbaros" que aqui viviam, ganha o respeito dos índios ao disparar uma arma de fogo. Os índios, assustados, equiparam-no a Tupã e passam a respeitá-lo como uma entidade eviada. Ele se encanta com Paraguaçu, a bela índia de pele branca. Já instalado na tribo, Diego percebe a possibilidade de difundir a fé cristã para os índios, doutrinando-os após ter encontrado uma gruta que se assemelharia a uma igreja.
Mais adiante, Diego ajuda a resgatar a tripulação de um barco espanhol que havia naufragado e vê a possibilidade de retornar à Europa através da nau francesa que viera resgatar aquela tripulação. Parte, com Paraguaçu, deixando para trás as belas índias que haviam se apaixonado por ele, incluindo Moema, a mais bela, que atira-se ao mar em direção ao navio na tentativa de alcançar o seu amado. Ao chegar na Europa, Paraguaçu é batizada de Catarina, ambos são festejados e recebem as honras da realeza lusitana. O poema segue a estrututura dos versos camonianos (de Camões) e da epopeia clássica, com fortes influências da mitologia grega: composto por 10 cantos, versos decassílabos, oitava rima camoniana. Segue também com a divisão tradicional das epopeias: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.


Disponível em: 
[Ambos com Fragmentação de Conteúdos]

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